terça-feira, 17 de abril de 2012

AHH... gritos.. e desabafos!


Ai que vontade de gritar, que irritação que se agarra a mim e me percorre as entranhas, me afogueia as ventas e me dá vontade de explodir em mil pedacinhos esvoaçantes e esquartejantes que gostava de poder direccionar todos para um só local... que direito tens tu, ó alma penada, de vir novamente desequilibrar o que outrora destroçaste, que direito tens tu de andar pra cá e para lá a fingir que ainda existes, como uma assombração que não está de facto, mas incomoda e perturba pela simples hipótese da sua real existência?! Porque não posso eu expulsar estes demónios e os outros que me pesam na vida, e atrasam o curso das coisas, porque não posso eu quebrar os grilhões de injustiças que há muito deixaram de fazer perguntas acerca de quem arrastar na sua procissão de espécimes diversos, que nada têm em comum, senão o triste fado que acolheram. Que desespero este que se instala em mim, que, prisioneira amordaçada, pouco mais posso fazer do que soltar uns gemidos abafados, e espernear violentamente numa tentativa vã de lutar contra algo ou alguém que nem sei se conheço... é sempre mais difícil sentir raiva de um inimigo sem rosto, e por isso, inevitavelmente, por vezes o sentimento de culpa acaba por cair sobre nós... por pensarmos tais atrocidades que nos deixariam pasmos... não fosse o nosso intimo, confessar-nos baixinho, de que nós temos razão...