terça-feira, 27 de dezembro de 2011

My little Haters - Bom Ano Novo

Estava eu aqui ainda imbuída do espírito Natalício a pensar no que escrever no meu blog, quando me apercebi de um fenómeno muito engraçado, todos os meus posts deste blog sem excepção têm 4 "Não Gosto" e nos ultimos tenho 5, em grande parte deles... não me parece que aleatoriamente surjam 4 pessoas que não gostam dos meus posts, seria plausível se acontecesse só em alguns mas acontece em TODOS, até naqueles em que me limitei a escrever uma citação, a partilhar uma música ou um texto que nem sequer é meu, o que me leva a crer que há 4 pessoas que não gostam de mim nem de nada do que eu possa postar tendo assim o meu grupo de "haters" que eu acho o máximo! O que eu gostava é que eles tivessem pelo menos algum sentido critico, porque achar que é tudo mau, ou que é tudo bom, é não ter qualquer capacidade de avaliação ou de análise, e mais triste ainda é que o máximo que consigo é um visto num quadrado que diz "Não gosto"!
Pois desafio-vos, porque ainda que tenha dificuldade em perceber porque é que se não gostam de nada do que escrevo, continuam a ler tudo o que posto (devem ter uma vida de facto muito aborrecida ou desocupada) pelo menos façam algum tipo de crítica para eu conseguir perceber o que tanto vos incomoda porque eu gostava de entender o fenómeno.

Quanto aos que me gostam de ler e pedem mais, obrigado, sugiro-vos que comentem o que pensam deste acontecimento, e talvez queiram sugerir até outros temas de discussão e/ou de interesse que gostassem de ver discutidos neste espaço!

Espero sinceramente que tenham tido um Natal quente e generoso, junto dos que amam, e que tenham uma passagem de ano memorável com tudo aquilo que desejam.

Um grande abraço aos meus leitores e amigos cheio de desejos e bons feelings :P


domingo, 11 de dezembro de 2011

Os meus pensamentos...

Hoje, até acordei bem disposta, apesar de não ter feito o que devia e podia estes dias, fiz bastante, o trabalho começa a aparecer feito e a ansiedade miudinha que me ponteava de vez em quando já quase não se sente... Resolvi dar-me uma pequena folga e saí do covil para tomar um café, está um daqueles dias que sabe bem respirar, a brisa, na temperatura ideal, levemente fresca sem nos congelar as vias respiratórias e plantar um pingo no nariz, não está frio nem calor nem chove, está agradável... como o café que tomei e o pequeno passeio que fiz entre a porta da minha nova casa e o café, com as folhas do Outono a caírem que nem chuva e os passeios pintados de amarelo e vermelho escuro... este estava cheio de pessoas coladas aos seus portáteis, porque o café tem wi-fi, e nem uma palavra se ouvia, nem um sussurro num café com 5 pessoas sem contar comigo, não está algo terrivelmente errado neste cenário? Já dizia um comediante que ouvi há dias que já não há tempo para as tertúlias literárias e filosóficas que outrora se faziam nos cafés históricos de Coimbra, pois se agora as pessoas têm que estar constantemente a teclar e a chekar o facebook, que tempo sobra para essas coisas? Que liberdade damos nós ao pensamento para voar fora da zona protegida? Leia-se tv, revistas, facebook, Wikipedia e já estamos a esticar a corda, e cartazes publicitários... Cada vez mais as pessoas se limitam a pensar sobre o que lhes dão a beber, a ler, a comer, com as suas vidas atarefadas ou demasiado preenchidas de coisas fúteis, ou simplesmente de muita tralha, que até pode ter o seu interesse, mas que as mantém suficientemente ocupadas para não pararem pra pensar - mas que merd* de vida é que eu ando a levar? Não pensem que sou contra o facebook, seria hipócrita até porque muitos de vocês irão ler isto porque eu vou postar no face, a questão de fundo é irmos muito além de murais e perfis e gostos, e tirar o que de melhor o facebook tem para nos dar... Já não se lêem livros só porque sim, só porque alguém disse para ler, ou temos de ler porque é para esta cadeira, ou para aquela disciplina... quem é que hoje em dia pára para pensar no que realmente gosta? E será que gosta mesmo, ou só gostam porque x pessoas gostam ou porque a pessoa que elas odeiam não gosta e ela tem de gostar só para contrariar? Ou tenho de gostar porque isso faz de mim uma pessoa culta com um gosto refinado? Ou não quero ter um gosto refinado porque isso é snobe e gosto de trash metal porque sou contra a sociedade? E sou tão contra que passo a ser anti tudo e perco a minha identidade no caminho da revolta?.... A sério questionem-se, porque senão terei de dar razão a um professor meu, que não acredita que toda a humanidade tenha evoluído para Homo Sapiens Sapiens, porque nem todo o homem pensa sobre o que sabe, nem sabe que sabe.

P.S. Live a little ;)



segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Só às vezes...

Às vezes, toma conta de mim uma melancolia desgastante, sinto-me ficar pesada, vagarosa... e depois chateio-me comigo e com o mundo, e não quero estar nele, não quero estar com as pessoas, nem sozinha, nem aqui, queria estar num qualquer universo paralelo onde não soubesse onde estava, nem sabia o que era estar, onde não tivesse noção de tempo, ou de continuidade, ou de prazos ou metas... e ficava por ali no limbo, vagueando como uma folha de outono como tantas outras que vejo cair e revoltearem-se antes de chegar ao chão, no meu caminho para as aulas... mas tinha de ser um sítio onde o tempo não passasse, e eu ficasse suspensa nesse instante, para este mundo... queria sair de mim, queria parar de pensar, de me questionar, de me criticar, de doer, de sentir... queria só parar.

Um professor meu disse-me que eu não sei se o meu passado é real, que são meros fragmentos de memória que podem bem estar errados, porque a nossa memória é muito falível.. no início chocou-me um pouco, é o meu passado, fez de mim o que sou e não é tão belo quanto isso, fez sofrer e chorar e ainda dói às vezes, em laivos de recordação que se apoderam de mim... mas se são a minha verdade pouco importa se foram ou não reais, pois se são a minha história e aquilo que conheço de mim, ninguém me poderia dar uma verdade maior...

Desatino com o que se passa à minha volta, fico a resmungar sozinha como um velho do restelo, depois ralho comigo por me importar tanto pois se o mal não é meu, e se os meus tenho-os de sobra, para quê o desânimo... mas é inevitável, a nossa vida é um conjunto de sistemas dos quais não nos podemos desenraizar, e fazemos parte de toda a sua dinâmica, que nos atira ora lá para cima, ora para baixo, como uma montanha russa, e mesmo quando nos sentimos em baixo e achamos que não conseguimos fazer nada, temos de confiar nas probabilidades, focar-mo-nos nos nossos anteriores sucessos e acreditar que conseguimos ainda mais no futuro... e precisamos das pessoas e do todo em que estamos, porque não somos quase nada sozinhos... E o que de melhor tem o mundo senão as pessoas?... Dou-lhes umas tréguas, e sorrio outra vez, quando me cega o sol de uma tarde quente de Outono, inesperada... pois se até no Outono ainda há sol, não haverá esperança nos dias cinzentos e enublados que nos tomam os braços? Talvez me sinta mais leve amanhã..

J.

http://www.portaltudoaqui.com.br/img_noticias/outono2.jpg

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Porque sim...

Bom, até tenho vergonha de olhar para a data do meu ultimo post, mas para compensar modifiquei o design do blog e tenho muita coisa para comentar porque não escrevo há imenso tempo! Já agora se quiserem dar uma opinião acerca da nova imagem agradeço, e reparem que agora têm etiquetas para classificar os posts!! Sempre a Inovar :P

Bom quero dizer-vos que estou em Coimbra, que adoro esta cidade e que estou a aprender imenso... a minha vinda para cá, serviu, no entanto, para perceber o quanto gostava da Covilhã e dos amigos que lá fiz, que me têm feito imensa falta desde que aqui estou, principalmente nas primeiras semanas, quando no final da correria dos dias, e nas tardes que traziam as noites para junto de si, ficava eu sozinha, a tomar café, e a pensar como seria bom tê-los todos ali, para se rirem comigo do que se passou naquelas aulas em que eles não estavam...
O melhor das aulas é sem duvida a partilha da experiência que os meus professores têm, na sua prática clínica, e o facto de começarmos realmente a trabalhar os conceitos e a aplicá-los em cenário de consulta.

O pior... não conheci nem falei com tantas pessoas como esperava, às vezes, sinto que estou a ver o filme de fora e só me deixam entrar para ver umas partes, e que às vezes falam para mim porque tem mesmo de ser, porque eu estou ali... mas incomodo um pouco, porque às vezes falo e dou opiniões, e se calhar às vezes ninguém queria ouvir... mas sabem uma coisa? Eu digo na mesma, sou assim :) não espero que todos gostem de mim nem nunca ambicionei a aceitação social, porque sei que sou diferente, e a diferença é apreciada por alguns, compreendida por poucos e criticada por quase todos... e não é um diferente bom nem mau, é só diferente..

O melhor de Coimbra? Os espectáculos, os edifícios... aaahhh as casas que por aqui há lindíssimas, com arcadas fantásticas, com alpendres trabalhados e azulejos a decorar as janelas, com coretos e estátuas e outros tantos motivos fantásticos e algumas estão ABANDONADAS!! Mas é lindo andar por Coimbra, gosto disto, e de haver concertos quase todos os dias, e cafés com musica ao vivo, e músicos nas ruas, e alfarrabistas e lojas de antiguidades na baixa... e o rio... é bom ver o Mondego nos finais de tarde a reflectir todo o seu esplendor...

Reencontrei algumas pessoas e foi bom, outras nem tanto, e nos últimos tempos conheci algumas que valem de facto a pena, e essas e as outras que já cá estavam no seu lugarzinho, são as que fazem valer os dias e os momentos, porque os estudos, são só uma pequena parte, se o meu trabalho é com e para as pessoas, que psicóloga serei eu, se passo mais tempo com os livros do que com as pessoas? E as competências transversais e a empatia? Essas não estão nos livros, mas acho que muita gente ainda continua a procurá-las lá...

J.

P.S. A imagem é dos claustros da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação aqui de Coimbra

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

De volta...

Peço desculpa aos meus assíduos leitores :P pela ausência, mas estive fora estes últimos 15 dias, que foram uma autêntica correria e não deu tempo para fazer quase nada a não ser dançar :)!
Fui super bem recebida, na casa de uma amiga que me proporcionou esta agradável experiência, que passou por festas na praia até às tantas, passeio de jipe no meio do mato, assisti a uma corrida de moliceiros e também de remos, na Torreira, e gostei bastante.. Pude ainda saborear uma tarde de passeio por Aveiro, com dois grandes amigos.

Dito isto estou de volta, e espero que com publicações um pouco mais frequentes, que mais não seja, a falar da minha falta de inspiração e desesperança, ou da minha angustiante espera... Eu sou uma pessoa que gosta de ter tudo sob controlo, principalmente a minha vida, e não saber onde vou parar na próxima semana é extremamente angustiante, but I'm trying to deal with this!

Quanto ao balanço destas ultimas semanas, lamento informar que tenho pouca fé nas gerações que aí vêm, pois tendo contacto com raparigas das faixas etárias mais jovens, fiquei algo aterrada com a falta de princípios, maturidade e doses industriais de futilidade que aí vem... Cuidado elas andam aí... Preocupa-me esta educação que é dada actualmente, que numa tentativa de dar aos filhos tudo o que não tiveram direito, estes pais acabam por cair no erro dos excessos, levando-os a acreditar que podem ter tudo o que quiserem sem fazer rigorosamente nada por isso, desenvolvendo nos seus descendentes, um constante estado de insaciedade que nada satisfaz, tornando-os birrentos e insuportáveis... é isso que queremos? Bem vistas as coisas... mais trabalho para os psicólogos...


J.


terça-feira, 19 de julho de 2011

"Não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito."

William Shakespeare

As vezes que eu já tentei explicar isto, das mais diversas formas, e agora surge assim, da forma mais simples possível, em poucas palavras... Nós podemos sofrer, podemos magoarmo-nos, ficar felizes, surpreendidos, decepcionados... e os sentimentos surgem sem que queiramos, mas a forma como lidamos com eles e agimos para com os outros são da nossa responsabilidades e está sob o nosso controlo.... e é por isso que "desculpa, não era isso que eu queria dizer", às vezes não chega...

J.

sábado, 16 de julho de 2011

Estive uma semana fora, longe de tudo, com algumas pessoas que gostei muito de conhecer melhor, diverti-me, relaxei e pude, durante alguns momentos, não fazer absolutamente nada... Trazia a cabeça tão cheia de tanta coisa, que às vezes precisamos MESMO daqueles momentos só para nós, sem perguntas às quais não queremos responder, sem olhares perturbadores, sem as pessoas do costume... só nós, e por isso foram umas boas férias, para redefinir objectivos, limar arestas, e focar-me no que realmente interessa.
À parte disso, fiquei a conhecer as praias algarvias, e ainda tive direito a um passeio por Évora, visitei a Capela dos Ossos (it sounds better than it looks), templo de Diana, e ainda demos um saltinho a Evoramonte para ver o castelo/forte, que estava fechado para férias (em julho??? wtf quem é que decidiu isto??)...
Mas foram as noites, sozinha, a contemplar a noite fria e ventosa, que me souberam realmente bem, uma imensidão de escuro e silêncio, entre um uivar ou outro, e o som dos meus pensamentos, e aos poucos fui dispondo as peças deste enorme quebra cabeças que é a minha, vida, sobre uma mesa grande e plana, e lentamente... tudo começava a fazer sentido..


quinta-feira, 14 de julho de 2011

Ruminações psicológicas...

"Os acontecimentos tinham ampliado a sua inteligência naturalmente estreita. A imensa ironia das coisas tinha passado na sua alma e a tornara fácil, sorridente e leve." France, Anatole


Há inumeras coisas na vida que nos fazem questionar, um bom filme, um bom livro, um pensamento, uma citação... e damos por nós a por toda a nossa vida em retrospectiva, o que fizemos nós de relevante? quantas vezes colocámos as necessidades dos outros à frente das nossas, quantas vezes não o fizemos? o que é que conta para o que quer que seja, quem nos importa? Será que fizemos as escolhas certas? porque é que as coisas tinham de ser assim? porque é que isto me aconteceu logo a mim? Lutamos porquê? e ganhamos? e quando ganhamos o que perdemos?
...Costumava considerar-me uma espécie de justiceira, sempre em busca da justiça pelos oprimidos enquanto libertava a minha angustia e as minhas frustrações, de forma geralmente fria e objectiva, ou verbalmente agressiva... Deparei-me com um mar de injustiças, e quedei-me, com um balde de brincar na mão... a imaginar como esvasiar aquele mar... e depois digamos que salvei, metaforicamente claro, uma pessoa desse mar, e senti-me rejuvenescer, e fui salvando uma e outra que lá surgiam à deriva... Percebi que o nosso valor não nasce geralmente das grandes coisas, mas das pequenas, e que é nessas que começa o caminho... Os acontecimentos, grande parte deles, estão fora do nosso controlo, as circunstancias que moldam e envolvem os momentos, são o cenário com o qual temos de saber lidar, seja qual for o desfecho da cena, podemos chorar tudo e queixarmo-nos quanto quisermos... mas o filme não pára de correr, e aí está a ironia da vida, que nos leva por vezes a desfechos inimagináveis, uns bons, outros maus...
Saboreio agora o prazer de tudo com um paladar minucioso e preciso, desde as mais pequenas grainhas, aos maiores nacos, desde os primeiros pingos de chuva de Setembro e o cheiro a terra molhada, aos ultimos raios de sol quentes de verao, adoro cada livro que começo e a sensaçção de quando o acabo, adoro o principio e o fim de tudo, adoro o outro lado fresco da almofada, adoro a cama quente no inverno, adoro beber chá enquanto leio o jornal e ninguém sabe que eu estou ali, adoro quando chego a um sitio novo e vejo algo diferente, adoro o cheiro a torradas e o cheiro do banho, adoro vestir o primeiro pijama no inverno, adoro a sensação da roupa quente, gosto dos sorrisos verdadeiros, gosto de um olhar apaixonado, gosto que me façam sentir única, gosto de fazer quem gosto sorrir, gosto do ar de surpresa nas pessoas, gosto de tanta coisa que me faz sorrir sozinha... que me dá aquele quentinho na barriga, e quando a minha vida parece presa por um fio de lã podre, fecho os olhos... seguro-me e começo por imaginar a chuva e vou por aí fora, visitando todas as recordações de que tanto gosto, e fico a aguardar, apertadinha o que está para vir... porque adoro surpresas...


Um hino às coisas boas da vida, para que encontrem as vossas pérolas, e as revivam sempre que o dia vos parecer cinzento... porque as lembranças são eternas, pelo menos todas as que temos, as que desaparecem deixam de ser lembranças...



terça-feira, 12 de julho de 2011

Dias cinzentos...

Andava a pensar sobre o que escrever... se sobre o facto de finalmente estar de férias, pelo menos da universidade, se nas minhas aventuras burocráticas que me têm matado a cabeça, se da minha mudança e as intermináveis caixas em que me vi perdida... Mas nada disto me parece ter grande interesse, e mais uma vez, apenas quando somos atingidos por sentimentos bem fortes, nos fluem as palavras, que borbulham nos nossos pensamentos desejosas por se fazerem ouvir...
Eu tenho-me sentido nos ultimos dias cansada, submersa por uma apatia agradável, desprovida de sentimentos muito bons ou muito maus, marinados num humor sarcástico que me é característico e que andava meio perdido... Sentia-me bem com isso, conseguia divertir-me, saborear os momentos com os amigos e as tardes sozinha a arrumar tralha, recordar bons momentos... estava num estado quase zen! Mas em todos os caminhos há solavancos e também este tem... hoje li algo que me entristeceu bastante, agora que me sentia em paz com as pessoas e comigo, tinha de vir mais um encontrão, daqueles que não trazem aviso e que nos tiram o tapete... deixa-me triste pensar que o que faço nunca é compreendido e que ainda é mal entendido por aqueles que me deveriam conhecer... Mas eu estou bem com a minha consiencia e com quem sou, como não estava à muito tempo, e quem decidir julgar-me injustamente que o faça, pois se o fizeram toda a vida, não virá nada de novo ao mundo...

Deixo-vos com os meus desabafos, e com a certeza que melhores dias virão, mais solarengos e felizes, e eu estarei aqui para descrever a beleza desses sentimentos...

J.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

No meu aniversário...

As coisas melhores da vida, de facto não têm preço... Há pessoas especiais na minha vida que perdi para sempre, mas aprendi a viver com a saudade e o conforto das memórias no coração, mas sempre que vêm aquelas datas especiais, vem com elas a nostalgia de tudo o que perdemos e não podemos voltar a ter... aquele beijo de parabéns especial, que me falta sempre... mas depois, existem aquelas pessoas que vêm e enchem a nossa vida, de uma luz quente e aconchegante, como num fim de tarde de primavera, em que os raios de sol aquecem só o suficiente para o frio não se instalar, e a luz é tão relaxante que ficamos a absorvê-la... a fazer fotossíntese, até ao último raiozinho de sol... e essas pessoas vieram, para me fazer esquecer as minhas angústias, os testes, os trabalhos, as obrigações... e comemos e bebemos com fartura, frango e chouriça, que me soube a umm manjar dos deuses, houve bolo, houve parabéns, houve beijos e abraços, e sorrisos, estive com quase todas as pessoas que amo, e adorei cada segundo e tive um aniversário muito feliz, como não tinha há muito tempo, sem preocupações e os ingredientes essenciais, amigos, família e bolo :)

É por tudo isto, que às vezes me deixo rir quando ouço algumas grandes preocupações e grandes problemas de algumas pessoas, que perdem imenso tempo a queixar-se da sua vida e dos outros, e que perdem outro tanto a falar mal de quem até lhes quer bem... meus amigos, a minha vida, como a vossa não é um mar de rosas, sempre foi recheada de pedras no caminho e muitos desafios, cada um deles me fez ir mais longe, não digo nada de novo quando afirmo que foram de facto as dificuldades e as agruras da vida que me fizeram crescer, que me ensinaram que na vida estamos em constante evolução. Se pararmos, somos levados ao sabor da corrente e somos apenas mais um na multidão, mas se lutarmos contra a corrente, poderemos fazer diferença, deixar uma pegada significativa, na vida de muita gente e na nossa historia, para que um dia possam dizer, que fomos tudo quanto quisemos ser, e não apenas mais um dado estatístico, mais um número... quanto aos problemas, existirão sempre, assim como os amigos, que esses sim, deveremos estimar, porque irão felicitar-nos no sucesso e levantar-nos nas recaídas, e esses estavam todos comigo, uns por perto, outros no coração, e esse sentimento de suporte e apoio, essa amizade incondicional, não se paga com dinheiro nenhum do mundo, e é dada da maneira mais simples e imaterial...

Que os grandes problemas nunca sejam tão grandes, que vos impeçam de ver as pessoas maravilhosas que têm à vossa volta, para vos ajudar a vencê-los, e que sejam humildes o suficiente para pedir ajuda.

J.


domingo, 15 de maio de 2011

Amizades e tudo o resto...

Estes dias têm sido de loucos, no fim de semana passado, estive em Castelo Branco um dia só para ver a família e segui para Lisboa... fui lá no âmbito de um trabalho de organizações, fui ver o trabalho do meu mano, na TAP, e fazer uma entrevista onde recolhemos informação muito interessante... É formidável a maneira como tudo está organizado e pensado, a forma como todos os processos desde o recrutamento e selecção, à formação dos empregados está pensado para que não haja margem pra dúvidas, projectada para o sucesso... se ao menos grande parte dos empresas percebessem o que um psicólogo pode fazer dentro delas, entenderiam que um pequeno investimento no seu trabalho aumentaria a eficácia dos trabalhadores da empresa e diminuiriam despesas secundárias em inúmeros erros que são cometidos e que poderiam ser reduzidos...

Psicologias à parte... o melhor foi mesmo poder estar com velhos e bons amigos, que já não via à mais tempo do que aquele que deveria ser permitido :) não imaginam a falta que me fazem... mas foi maravilhoso sentir aqueles abraços, que só sabe dar quem tem um lugar especial no nosso coração... e quando me perguntam o que gosto mais em Lisboa a resposta é fácil, são vocês e a família que lá tenho, e quem não sabe o valor que isso tem não sabe nada da vida...

Este fim de semana, lá fui eu a caminho de Viseu, o congresso foi fantástico e fiquei cheia de ideias para projectos futuros, senti aquele click, quando algo nos diz "é isto que quero fazer"... portanto já surgem as ideias de projectos para mestrado, sem duvida a neuropsicologia cognitiva tem potencialidades inimagináveis a quem desconhece o mundo da neurociencia, mas em breve começaram a perceber os seus benefícios...

Pensamento: Há acontecimentos e circunstâncias que nos entristecem, que se entranham dentro de nós e nos sufocam, pela impossibilidade de os resolver, de os evitar ou de os sentir... e vem uma monotonia preguiçosa que se quer instalar dentro de nós... e nos diz sibilante... não faças nada, não vale a pena... e essa tristeza é como uma bola de neve, que apanha tudo no caminho e vai aumentando, indo buscar os sentimentos mais longínquos que ainda doem... e de repente vem uma lufada de ar fresco, uma brisa revigorante e anestesiante que faz esquecer tudo e por momentos, ficamos quase que sedados e até felizes... e a isso eu chamo de amizade verdadeira, a minha panaceia preferida...

J.

sábado, 30 de abril de 2011

Recompensa..

Hoje foi um dia feliz, tive duas das pessoas que mais gosto ao pé de mim e vi reconhecido o meu esforço... havia dias em que desanimava completamente, por me sentir inútil perante as dificuldades, porque existiam problemas fora do meu controlo e por sentir que em vez de estudar deveria estar a trabalhar, a fazer algo de útil... mas a minha família sempre me deu força para continuar, e eu dei sempre o meu melhor porque sabia que era o mínimo para pagar o esforço que faziam por mim... e hoje esse esforço deu frutos, e sinto-me bem, calma... sei que duas pessoas que eu amava muito e que sempre acreditaram em mim estão muito orgulhosas e a sorrir lá de cima...

Ando cansada, sinto-me como se já tivesse no fim da corrida quando ainda vou a meio... tenho planos, montes de planos mas falta-me a força, ou não sei bem o quê, estou novamente cheia de coisas para fazer, para não pensar em nada, nem em ninguém, para estar ocupada e pôr os meus sentimentos numa caixinha... mas com os amigos longe e aqui perdida no meio da serra, às vezes fogem-me os pensamentos para a encosta, e repousam lá onde não existe mais nada...

Há algum tempo que não me sentia assim, só e desprendida das pessoas e do mundo... mas acho que agora só preciso de tempo, para me reorientar, para terminar algumas coisas que comecei, e para sorrir ao futuro, que sinto que ainda tem muito para me dar...

Waiting for the days to pass...



domingo, 10 de abril de 2011

Lugares com Ecos do Passado


Tanto ou mais que as pessoas, os lugares vivem e morrem. Com
uma diferença: mesmo se já mortos, os lugares retêm a vida que os animou. No silêncio, sentimos-lhes os ouvidos vigilantes ou o rumor infatigável dos ecos ensurdecidos.

Fernando Namora, in 'Jornal sem Data'


Andava um pouco desligada da bloggolandia... e hoje, pensei que tinha que escrever algo, porque por vezes, quando escrevo, diminuem-me as incertezas, sempre que desembaraço as linhas da minha vida escrevendo-as... fui ler o que se passava também noutras vidas que gosto de acompanhar, e senti uma pontada forte, como que uma chicotada nas palavras de um texto sincero, que ficou a assombrar-me, e de um pensamento que partilho acima, que fez ecoar o meu passado... Tenho andado numa fase de não questionamento, de deixar andar a vida e ver no que dá, mas cada vez me convenço mais de que sofro de uma qualquer patologia, que me impede de separar o passado do presente, tornando-o num ciclo de revisitação que faço de tempos a tempos e me leva a questionar sobre o que quero recuperar e deixar por lá... como eu queria conseguir fazer dele um livro de história, marcar cronologicamente os momentos relevantes, colocar as fotos das pessoas importantes que nele participaram, com uma pequena descrição dos seus feitos, e ao lado as datas, com um inicio e um fim, no continuum que é a minha historia... mas não posso fazê-lo, pois não sei as datas, e não posso saber hoje se o mais importante dessa historia já foi contado ou ainda está a acontecer... é como estar no meio do conto da Alice no País das Maravilhas, numa inconstância permanente, de subidas e descidas, e de comportamentos estranhos e intrigantes que não percebo, e não faço a mínima ideia de onde será o fim...

As nossas recordações somos nós, somos aquilo que elas fizeram de nós, mas há uma altura em que devemos delinear o que nos separa delas, deixá-las onde pertencem, pois sempre que as procuramos de novo, seguramos com firmeza essa força que nos trazem, e achamos que é isso que precisamos, e questionamo-nos outra vez... Sinto que chegou o momento de deixar o passado, de deixar tudo o que adoro nele e me trás confiança e vislumbres de felicidade, que por vezes me parecem não mais do que hologramas de uma recordação feliz... não mais o conforto, a saudade, o reencontro, a dependência emocional subliminar nas palavras de sustentação... o never let go e o medo da inexistência do sentimento... Posso desconhecer completamente o que é isto que sinto, mas se não cortar todas as amarras nunca o saberei... e se alguém se atravessar de novo no meu caminho, será o futuro, e o passado ficará retido nas memórias do meu livro de história... onde ficarão também os ecos ensurdecedores do passado.

The End.

J.

Retirada de http://www.lucianabveit.com/br

terça-feira, 22 de março de 2011

Fora de mim...

Há dias em que parece que estamos fora de nós, a tentar perceber o que se passa naquela curta metragem desorganizada e aparentemente sem sentido que é a nossa vida... sem saber o que queremos que aconteça, o que é espectável, o que é indesejável, as pessoas que queremos por perto e as que não queremos, as que conhecemos de facto e as que não reconhecemos... hoje sinto-me assim e esta película parece de um filme completamente estranho, onde a personagem não sou eu e os outros actores parecem tirados de um qualquer filme bizarro de outros tempos... às vezes não sei o que se passa comigo, nem o que quero que se passe, não sei o que quero, se quero ou como quero, e digo que sim, depois que não e fico-me pelo não sei... deito-me no campo das incertezas respiro fundo e aquele aroma familiar invade-me e sinto-me em casa... pois não retornamos todos a esse campo tantas vezes? Durmo agora num sonho em branco, e sigo sem pensar o caminho automatizado para o qual estou programada... sei que mais passo menos passo chegarei a outra encruzilhada... mas quando lá chegar já terei ido embora daqui e regressado umas tantas vezes, com sorte, na ultima volta farei a escolha acertada, até lá, durmo uma sesta enquanto ouço ao longe os bombardeamentos e as tropas que se movimentam parece que na minha direcção... mas adormeço, é só mais um dia, quando acordar retomo a batalha...


Malucos...

As pessoas do nosso país estão de facto a ficar perturbadas, certamente que lá fora acontecerá o mesmo ou pior, mas o que me salta à vista é o que me preocupa... cada vez se nota um maior desinvestimento nas relações humanas, com investimento proporcional em bens materiais... desta equação resultam pessoas "amotivadas", alexitimicas, desprovidas de competências sociais, e isoladas num mundo de paredes tão rígidas que é extremamente difícil tirá-las de lá...
A educação pública continua numa descida degradante, os pais de uma geração revolucionaria estão a criar pequenas criaturas insuportáveis e alguns irreparáveis, o mundo do trabalho está praticamente parado... de facto não sei onde iremos parar, se ninguém pára todo este ciclo vicioso de auto-destruição maciça da sociedade.

J.

domingo, 20 de março de 2011

Geração à Rasca e afins...

Sobre o ultimo post, com um texto de mia Couto, reflicto... A minha geração irá odiar-me depois disto, mas como o próprio autor diz, nem toda a gente encaixa no perfil rasca, como tal também eu conheço muito gente que está longe de fazer parte deste conjunto... Eu não digo que todo o protesto não tenha algum fundo de verdade, mas a mim parece-me mais uma situação que acontece como agravante do estado deplorável em que o país se encontra, e não, especialmente mau para os jovens. Vocês ouviram bem os testemunhos no protesto? Grande parte das pessoas não sabia muito bem o que estava lá a fazer, aquilo parecia mais uma festa do que uma manifestação, e este tipo de atitudes só veio descredibilizar ainda mais, esta geração que já não é vista com bons olhos, pois são precoces em tudo o que é mau (drogas, alcool, sexo), e preguiçosos e desmotivados naquilo que deveriam ser bons, a nível académico, dadas as condições que existem hoje em dia...
Aliás quando penso na minha vida e naquela que me contava a minha mãe e os meus avós, posso sinceramente queixar-me? E acreditem que não me encaixo propriamente na geração mimada que teve tudo o que quis, não tive, e agradeço à minha mãe por isso, porque tornou-me naquilo que sou hoje, dou suficiente valor ao dinheiro para não o gastar estupidamente, mas também sei que não foi o dinheiro que pagou os melhores momentos da minha vida. E tenho a sorte de ter uma família que me acolhe tão bem quando regresso de fim de semana, e apesar da crise, do preço das propinas e de tudo o resto, ainda vai havendo para dar uma saída ao fim de semana e rever os amigos, às vezes ir ao cinema, ainda que muito espaçadamente... a minha mãe nunca sai para jantares de anos, nem para cinema, nem para bares, e sempre me deu muito mais do que ela teve, na medida certa, e isso faz-me lutar pela vida, como ela fez ao longo da dela e tão bem, sofreu bem mais do que "nós" que estamos à rasca, e nunca a ouço queixar-se, as palavras de ordem em casa são: vais ver que tudo vai melhorar... Eu digo muita vez que não tenho medo de não ter trabalho e que isso não irá acontecer... sabem porquê? Porque mesmo que por algum motivo não consiga arranjar trabalho na minha área, trabalho noutra área que dê dinheiro, seja limpezas, seja em cafés, seja onde for, para nós jovens o TRABALHO ainda não falta, escasseia sim o emprego, para os mais velhos que foram despedidos de fabricas e faziam o mesmo há anos, para eles sim está dificil.
Tenho me esforçado para fazer o melhor possível no curso, e claro que ambiciono conseguir um bom trabalho na minha área, mas para isso tenho noção que tenho que me sujeitar ao que for preciso, e se o primeiro trabalho for precário e pagarem mal, arranjo dois, mas trabalho na área e é preciso é começar... a mim faz-me confusão ver imensos jovens sem trabalho tristemente metidos em casa na NET, ou a ver TV, sem nada para fazer, infelizes porque não arranjam trabalhos, e o que estão eles a fazer por isso? A enviar currículos... A minha vida pode não ser fácil, mas não ponho a culpa no país e no governo e fico à espera que ele a resolva... façam pela vida, trabalhem sejam pro-activos, e mesmo que tenham um trabalho sejam o melhor que conseguirem, a oportunidade da vossa vida pode estar aí e vocês não a vêem porque estão demasiado ocupados a reclamar.

Aos lutadores, que mesmo assim não conseguem arranjar trabalho, não desistam, o vosso esforço será recompensado...

Pensem no que têm na vossa vida, e façam um exercício de catastrofização, que significa pensar no pior que poderia existir, ou seja, imaginem no cenário que podia ser a vossa vida, e digam-me se estão assim tão à rasca.... ainda há pobreza, e esses estão bem piores...

Com respeito a todas as opiniões, ainda estamos em democracia, e esta é a minha...

J.

Mia Couto - Geração à Rasca - A Nossa Culpa

Justificar completamente

"Um dia, isto tinha de acontecer.

Existe uma geração à rasca? Existe mais do que uma! Certamente!
Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida.
Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo.
Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.
Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.
Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.
Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.
Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A vaquinha emagreceu, feneceu, secou.
Foi então que os pais ficaram à rasca.
Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado.
Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais.
São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.
São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar!
A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas. Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade operacional.
Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.
Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.
Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.
Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio.

Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e inteligência nesta geração?
Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!
Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como
todos nós).
Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados académicos, porque, que inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e, oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.
E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!!
Novos e velhos, todos estamos à rasca.
Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.
Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles.
A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la.
Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam.
Haverá mais triste prova do nosso falhanço?
Pode ser que tudo isto não passe de alarmismo, de um exagero meu, de uma generalização injusta.
Pode ser que nada/ninguém seja assim."

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Desabafos...


Mesmo quando tudo parece correr melhor, mesmo quando a vida parece começar a compor-se, há dores que ninguém carrega por nós, e há circunstâncias que nos enchem de tristeza... sinto uma saudade imensa de imensas coisas que já não voltam, e por vezes essa nostalgia pesa-me no corpo e apetece-me ficar parada e a contemplar o mundo sem me verem nele... Tenho sempre momentos destes, quando a vida me dá tempo para parar um pouco, olhar para trás e respirar fundo...há sempre uma lágrima que cai e outra que fica, lá no lugar da recordação... não ambiciono esquecer os momentos tristes, muitos deles fizeram de mim o que sou hoje, e gostem ou não é quem sou, e tenho orgulho na pessoa em que me tornei, porque sou fiel aos meus valores, contra todos os obstáculos, estou cansada de estar em guerra constantemente, mas é a minha guerra e irei levá-la até ao fim... e há tanta coisa importante que hoje valorizo, e que vejo constantemente as pessoas atirarem à rua como lixo... como pode esta sociedade comodista continuar a reclamar um direito que perdeu, no momento em que se acomodou em casa, porque o subsidio de desemprego é melhor do que trabalhar, porque recebe um rendimento daqui e outro de acolá e chamam nomes à segurança social porque agora até as contas do banco quer ver... eu também sofro injustiças todos os dias por parte desses serviços, mas tenho a consciência que se isso acontece agora, é porque à anos que os comodistas lixam o sistema!! E por isso eu farei a minha parte, independentemente de tudo o resto, e não me limitarei a ficar a ladrar às caravanas que passam...

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Laura Jansen - The End



We had a go
And worked it out
Until the bitter end

And I suppose
I should've known
What was waiting 'round the bend

I didn't know that kindness was fleeting
I didn't know that soft could go hard

I bet you wonder at the words in your mouth
I bet you wonder at the sound

We break the promise
And we take it back
We move in silence
This is the end, the end, the end

We try, we fail, we crawl
We let the pieces fall where they may
And the picture fades

So go on and break my heart
It's always been caught off guard
In the end, there is nothing left to say

And the secrets you keep under your tongue
Are turning two into no one


I bet you wonder at the words in your mouth
I bet you wonder at the sound

We break the promise
And we take it back
We move in silence
This is the end, the end, the end
This is the end, the end, the end

The plane falls,
and it goes on and on in circles, spinning round
Let it go, let it go
I can't take it with me, can't take it with you

We break the promise
And we take it back
We move in silence
This is the end, the end, the end

We break the promise
And we take it back
We move in silence
This is the end, the end, the end
This is the end, the end, the end
This is the end, the end, the end
This is the end, the end, the end

Beautiful...

Enganos e trocas de palavras

Emganamo-nos quando bebemos nas palavras dos outros o que há muito secou, e enganamo-nos mais uma vez quando lá voltamos e nos parece que algo mudou, e lemos ouvimos nas palavras dos outros aquilo que queríamos ouvir, e desiludimo-nos quando as palavras contrárias nos voltam a atingir. O significado das palavras é uma eterna rasteira na qual caímos inumeras vezes, porque não se vê, e porque às vezes cegamos a meio caminho...

...às vezes acho que já não entendo palavras... e que se deviam dizer menos e pensá-las mais.

Confused...



segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Primeiro sinto-me na obrigação de assinalar o facto de o contador marcar já mais de 1000 visitas, não sei bem como nem porquê, mas sejam boas ou más as razões porque vêm ao blog, agradeço a vinda, porque de alguma forma o que escrevo importa para alguém.

E como não poderia deixar de ser, tenho de deixar o meu comentário a este belo dia que tanta controvérsia causa, o dia de são Valentim, que varia desde o romantismo à discórdia entre casais, e entre a melancolia e a euforia em solteiros, consoante o resultado da noite :)!

A minha opinião acerca deste dia, é que de facto foi explorado pelo markting e é esmiuçado por todas as superficies comerciais e afins, tanto quanto poderia! No entanto, gostaria de relembrar a história original, e São Valentim, era um bom padre, que casava os jovens às escondidas, cujo amor era proíbido e isso é bonito... e o que penso, é que este dia é uma boa desculpa para o namorado fazer uma surpresa à namorada, e alguns dirão há eu faço isso ao longo do ano não é neste dia que... pois pois, isso será verdade no início, mas depois os anos passam e já nenhum dia é um bom dia para fazer uma surpresa, um mimo, algo diferente... O mesmo se aplica à namorada! O que eu acho é que as pessoas não se deviam deixar ludibriar pelos peluchinhos do dia dos namorados, ou o kit do amor, ou essas tretas a vender em todas as esquinas... este deveria ser o dia em que a pessoa pára e pensa "o que é que ele(a) gostaria mesmo, que o(a) faria sorrir", fazer algo personalizado, para que essa pessoa saiba, que nesse dia, no mundo inteiro é especial, porque mais ninguém recebeu uma prenda como aquela. Eu já senti isso e é maravilhoso. Este é o dia em que podemos ser um pouco mais lamechas, roçar o ridículo sem medo, perder o medo e dizer a alguém o quanto gostamos dessa pessoa, é um bom dia, para fazer alguém feliz.

P.S: Eu estou deitada na cama a escrever isto porque não tenho mais nada para fazer hoje, e por mais duas ou três razões até estou feliz :)

Happy Valentines Day

and night!

Make someone smile!


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

"Quem não quiser sofrer que se isole.
Feche as portas da sua alma quanto possível à luz do convívio"
Fernando Pessoa

Li esta frase no blog da Fi, Purpurinas Rosa, e achei perfeita, para resumir alguns dos pensamentos que me têm passado pela mente... Sempre adorei Fernando Pessoa, porque encontro muitas semelhanças nas nossas linhas de pensamento. A nossa vida, como a dos outros, é um enigma, algumas pessoas revelam mais pistas que outras, mas a verdade é que na nossa demanda, podemos tentar prever tudo e calcular tudo, mas há algo que é de facto impossível de prever, os SENTIMENTOS... é que estragam qualquer algoritmo por mais bem estruturado que esteja. e aí se desfaz tudo, pois ao terrível imprevisto se precederam frases agora sem sentido, se tiveram acções que agora parecem desprovidas de razão, e põe-se a pessoa em causa porque diz que sentia e já não sente, porque queria e já não quer, porque fazia e já não quer fazer!! Mas e os sentimentos? E esses que não controlamos, que surgem sem aviso, que estragam a melhor das relações, interferem nas melhores amizades, e nos fazem colapsar para um turbilhão de dúvidas e incertezas... pois se os outros não percebem o que mudou, menos percebemos nós, porque o que lá estava já não está e já não sei se sinto o que digo ou se fale o que sinto... Quando faço uma retrospectiva da minha vida sentimental, e passo a redundância, os sentimentos é que estragam sempre tudo! Pois se eu sinto algo e deixo de sentir, o que faço a seguir? finjo que sinto? Digo que já não sinto? E depois sou horrível porque se não sinto então nunca senti... confunde-me este trocadilho de sentimentos que brincam connosco como marionetas, pois se não os controlamos, mas eles controlam a nossa vida, quem nos controla?? E por isso a única defesa que temos para não sentir, para não SOFRER, é não conviver de todo.... e ainda assim se instala um sentimento... a solidão!

A vida é complicada, e os sentimentos ainda mais....

Nada é imutável, ou inteiramente previsível, por isso, não ambicionemos certezas, se nós próprios não as podemos dar.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

David Fonseca: My Sunshine and my Rain

David Fonseca My Sunshine and my Rain Lyrics:

Your fingers taste like magnets
They suck on my tongue
Begging for forgiveness

And you rise up your defenses
By hunting down my flaws
Searching where it weakens

And you're crazy when you think
That I will let you in
My sunshine and my rain
The thoughts I hide away
>From all the world to see

You threaten me with curses
Throw black cats to my face
But I'm not supersticious

Like you could know someone
By knowing what they've done
But no one is that simple

And you're crazy when you think
That I will let you in
My sunshine and my rain
The thoughts I hide away
>From all the world to see

And you're fool enough to hope
That you could ever really know
My sunshine and my rain
The thoughts I hide
From all the world to see
No you just can't take that from me

No you just can't take that from me




Há imenso tempo que não ouvia esta música.... Adoro, por isso como não há
tempo para escrever, há ainda algum para partilhar esta música!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O que me vai na alma

Passei por grandes tempestades estes dias... mas neste momento, navego já por águas mais calmas e serenas apesar de não ter chegado ainda ao porto seguro. Ás vezes temos momentos de quase clarividência, em que sabemos exactamente o que temos de fazer na nossa vida para que tudo fique bem, começamos por fazê-lo com gestos simbólicos, onde depositamos um pouco de nós, e esperamos que as pessoas consigam ver o todo por trás das imagens e das pequenas historias que lhes contamos... Depois, como parece que a mensagem não chegou ao seu destino, tentamos que chegue por outros caminhos, tentamos dissimular e quantas vezes pensamos, "não lhe posso dizer tudo", ou "digo isto para que pense aquilo", ou "faço isto para que perceba que queria na verdade fazer aquilo" e entramos em jogos de palavras e encruzilhadas lógicas que não nos levam a lado nenhum... e depois deparo-me com um caminho que me parece o melhor, o da sinceridade, aquele em que abrimos o coração e dizemos tudo o que vai nele, mas não vi a placa que estava no inicio do caminho, porque se tivesse visto saberia que este era o caminho do erro... dados uns quantos passos logo percebo que foi a escolha errada, que nada faz sentido neste caminho e que aquilo que lá ambicionava encontrar não passava de mitos e crenças antigas, que se perderam no correr dos tempos. Dizer a verdade nem sempre é a escolha certa, por vezes não serve rigorosamente para nada e isso é deprimente, porque dizemos tudo o que nos vai na alma, tudo aquilo que sentimos, e depois aquela pessoa que tínhamos a certeza que ouviria a voz do nosso coração, vira costas com uma facilidade dolorosa e fria, porque a vida está mais confortável lá onde é seguro. A vida não é nada sem o risco, não entendo como é que as pessoas se agarram ao rancor e a coisas mundanas em contraste com uma balança cheia de momentos e de verdade e de felicidade, como é que as pessoas julgam as outras por um momento, por um erro, ao invés de uma vida? É tão fácil julgarmos, as pessoas fazem-no com uma naturalidade inata, põem rótulos como numa fabrica de produção em serie e nem param para ver o produto... Mas é a isto que aspiramos certo? É isto que a sociedade nos impele e encoraja...

As pessoas mudam... e às vezes custa tanto aceitar isso que continuamos a aparar todos o golpes, todos os ataques, todas as "más falas" como dizia a minha avó... porque sabemos que essa pessoas não é assim, porque há esta ou aquela razão para ela ter dito isso, mas ela não é assim... mas chega o dia em que se acabam as desculpas, e olhamos para trás e percebemos todo o mal que essa pessoa já nos fez, enquanto lhe dávamos desculpas.
Acabaram-se as desculpas...
Por vezes, mesmo quando sabemos o que fazer para tudo ficar bem, a decisão não é só nossa, e não podemos concertar tudo aquilo que sabemos que está errado, e que poderíamos fazer bem melhor... nesses momentos, temos de saber seguir em frente, e guardar essas aprendizagens para o futuro, para as pessoas que mereçam o nosso esforço e não se esqueçam tão facilmente do nosso valor.
Ainda há tanto caminho pela frente...

Trying to make things right

Failing deeply...

Moving on...




sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Greve

É incrível, as visitas a aumentar e comentários nada... Meus caros leitores eu preciso de ter algum feedback!

Por isso entro oficialmente em greve de posts até haver comentários.

Wish you all a nice weekend!

Julieta :)


quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Ano Novo... Responsabilidades...

Bom, sinto que devo aos meus leitores uma mensagem de ano novo, o tempo não tem dado para quase nada, e vejo os dias a passar e o trabalho a acumular-se de modo avassalador... No entanto, passou-se o ano, e apesar de não fazer grandes planos porque mudou o ano, mas sim porque este ano a minha vida sofrerá grandes mudanças, avizinha-se um ano promissor... Perspectivas de trabalho, bons projectos a nível académico, e mudança de cidade, portanto, os meus desejos é que os meus projectos para este ano se realizem! Penso não esperar nada de extraordinário, até porque grande parte destes planos dependem de mim, o que significa que essa parte está garantida :)

Quanto aos amigos, curiosos e desconhecidos que visitam o meu blog, espero que o ano vos dê um novo animo, e que cumpram pelo menos um dos milhares de objectivos a que se propuseram, e que seja grandioso, espero que aprendam a dar valor às pessoas de quem por vezes se esquecem, e que se esqueçam das que não têm valor algum, e daí certamente sobrará imenso espaço para reterem informação útil para a vossa vida... desejo-vos todo o sucesso e sejam o melhor que conseguirem, não apenas o suficiente, promovam o civismo, pois se o país continua assim, certamente haverá cada vez mais falta dele, assim como das boas acções e essas estão ao alcance de todos... Deixem de se queixar de tudo o que corre mal e festejem o que corre bem, façam felizes as pessoas que mais amam e o retorno será uma inexplicável felicidade... Quanto à crise que tanto se fala, vivemos nela à anos, eu sempre fiz a minha parte para tentar conter a parte da minha vida que para ela possa contribuir, façam também algo pelo país, com gestos simples... comprem produtos nacionais, obriguem os desempregados que conhecem que estão encostados ao subsidio de desemprego a ir trabalhar e denunciem o que sabem que está errado... Por muito mau que isto seja, ser pior nunca ajudou ninguém...
E nesse sentido quero tocar num assunto que muito me tem preocupado, e por isso o que vos peço é que tenham responsabilidade social, e com isso refiro-me a denunciar injustiças e crimes, nós temos essa obrigação sabem? Tive uma conversa interessante há alguns dias acerca disso mesmo, choca-me as pessoas que sabem claramente de crimes de violência domestica sistemática e que nada fazem para a parar... deixo aqui um apelo quanto a isso, a violência domestica é hoje crime publico, o que significa que toda e qualquer pessoa que saiba da sua existência deve denunciar, mesmo sem provas, a queixa será tida em conta e serão feitas as devidas averiguações... as vítimas de violência domestica como devem saber nada podem contra os seus agressores, estão presas num ciclo de violência psicológica de obediência e submissão que pelo medo, mantém as vitimas em silêncio, por isso, são as pessoas que estão de fora que devem travar este ciclo.. sabiam que em média, segundo dados da APAV (Associação de Apoio à Vítima) grande parte das pessoas que fazem queixa, já foram agredidas mais do que 30 vezes? E dessas, 60 % tentam retirar a queixa... Espero sensibilizar-vos para esta causa que me preocupa bastante, porque tenho tido conhecimento de situações que me chocam, e o que me choca ainda mais é a leviandade com que são faladas abertamente... já morreram mulheres a ser espancadas, que toda a gente ouviu, toda a gente sabia o que se estava a passar, e toda a gente ficou à espera que alguém chamasse a polícia... e ela só veio buscar o corpo. Não queiram compactuar com um crime.

Pensem nisso...

Tentem fazer deste um bom ano, em todos os aspectos que conseguirem, verão que a vida corre bem melhor...

Wishing the best...