segunda-feira, 25 de março de 2013

Um daqueles dias...


Tenho dado por mim a pensar  demasiado, como fazia antes quando as coisas não corriam tão bem... perco-me em mil pensamentos encadeados que escrutinam o meu passado, as minhas escolhas, aquilo por que passei, atacam o presente, nomeadamente "porque é que estás parada a pensar em vez de fazer o que tens para fazer", e ainda dá para rever os possíveis cenários negros do futuro... isso de estar no momento presente tem muito que se lhe diga, porque às vezes o momento presente just sucks! Se não houvesse pelo menos a remota hipótese de um futuro melhor, não sei se viver o agora e o momento me safava... hoje é uma daquelas noites em que não me apetece estar comigo, e para isso tentei trabalhar um pouco, resultou durante um curto período de tempo, vi séries, filmes da treta  que dão naqueles canais de filmes que não lembram a ninguém- percorri várias linhas meaningless na net, e sim, isto tudo para evitar sentir esta impotência, misturada com raiva, alguma  angústia e algumas coisas menos positivas que sinto a fervilhar dentro de mim... e quando me foco em todas elas durante algum tempo, o meu corpo fica meio dormente, nem sei se é tristeza que sinto, ou se é a melancolia de outrora, que vem para cobrir com seu véu transparente, o abismo que me surge diante dos pés... E como o caminho para algo melhor é longo e penoso, e eu tenho de facto consciência que não existe um easy way out como nos filmes, nem o amor perfeito ao virar da esquina, nem aquela pessoa que repara em todos os nossos pormenores e nos lê por dentro, e que torna tudo fantástico e faz a vida valer a pena, temos que tomar o caminho mais longo, que chega onde queremos, e na viagem procurar fazer umas pausas, às vezes para sentar na berma da estrada, repensar o caminho, chorar um bocadinho se preciso, mas depois continuar... falar com alguns viajantes que tornem a caminhada menos penosa, animada até, e usufruir disso.. mesmo quando a visão é turva e nos apetece deixar cair tudo por terra, porque nos faltam as forças para prosseguir... 
Eu tenho aquele discurso interno até bastante compreensivo, "tens de ter calma e fazer as coisas, hás-de acabar o curso e alguma coisa há-de aparecer, arranjas também um trabalho à parte entretanto, vais ver que não vai haver problema, tu até tens as competências, nem tudo é mau", mas às vezes isto tudo não chega para nos fazer sentir melhor. E há alturas em que quero estar com pessoas que me fazem sentir bem e outras em que acho que não tenho nada para lhes dizer nem devia, ´cause I've already said and done too much.
Por isso apeteceu-me escrever que este momento é uma merd*, que não gosto do que sinto, mas sinto... que há coisas que me doem e corroem por dentro, e que há palavras doces que me magoam como quando se faz uma caricia numa ferida, e que às vezes não consigo ter ninguém por perto, e outras vezes gostava de ter lá alguém que não me desse colo mas estivesse só ali para mim, sem fazer muitas perguntas ou requerer grandes explicações. Há momentos assim, e temos que passar por eles mesmo sem os paninhos quentes ou os anestesiantes que vamos administrando no dia a dia, e às vezes podemos não fazer nada mesmo achando que devíamos, porque há dias em que nos podemos sentir assim, e esses dias hão-de passar, como tudo passa...

Just one of those days...

From http://tananne.blogspot.pt/2010/12/tired-of-walking-alone.html

J.