sábado, 30 de abril de 2011

Recompensa..

Hoje foi um dia feliz, tive duas das pessoas que mais gosto ao pé de mim e vi reconhecido o meu esforço... havia dias em que desanimava completamente, por me sentir inútil perante as dificuldades, porque existiam problemas fora do meu controlo e por sentir que em vez de estudar deveria estar a trabalhar, a fazer algo de útil... mas a minha família sempre me deu força para continuar, e eu dei sempre o meu melhor porque sabia que era o mínimo para pagar o esforço que faziam por mim... e hoje esse esforço deu frutos, e sinto-me bem, calma... sei que duas pessoas que eu amava muito e que sempre acreditaram em mim estão muito orgulhosas e a sorrir lá de cima...

Ando cansada, sinto-me como se já tivesse no fim da corrida quando ainda vou a meio... tenho planos, montes de planos mas falta-me a força, ou não sei bem o quê, estou novamente cheia de coisas para fazer, para não pensar em nada, nem em ninguém, para estar ocupada e pôr os meus sentimentos numa caixinha... mas com os amigos longe e aqui perdida no meio da serra, às vezes fogem-me os pensamentos para a encosta, e repousam lá onde não existe mais nada...

Há algum tempo que não me sentia assim, só e desprendida das pessoas e do mundo... mas acho que agora só preciso de tempo, para me reorientar, para terminar algumas coisas que comecei, e para sorrir ao futuro, que sinto que ainda tem muito para me dar...

Waiting for the days to pass...



domingo, 10 de abril de 2011

Lugares com Ecos do Passado


Tanto ou mais que as pessoas, os lugares vivem e morrem. Com
uma diferença: mesmo se já mortos, os lugares retêm a vida que os animou. No silêncio, sentimos-lhes os ouvidos vigilantes ou o rumor infatigável dos ecos ensurdecidos.

Fernando Namora, in 'Jornal sem Data'


Andava um pouco desligada da bloggolandia... e hoje, pensei que tinha que escrever algo, porque por vezes, quando escrevo, diminuem-me as incertezas, sempre que desembaraço as linhas da minha vida escrevendo-as... fui ler o que se passava também noutras vidas que gosto de acompanhar, e senti uma pontada forte, como que uma chicotada nas palavras de um texto sincero, que ficou a assombrar-me, e de um pensamento que partilho acima, que fez ecoar o meu passado... Tenho andado numa fase de não questionamento, de deixar andar a vida e ver no que dá, mas cada vez me convenço mais de que sofro de uma qualquer patologia, que me impede de separar o passado do presente, tornando-o num ciclo de revisitação que faço de tempos a tempos e me leva a questionar sobre o que quero recuperar e deixar por lá... como eu queria conseguir fazer dele um livro de história, marcar cronologicamente os momentos relevantes, colocar as fotos das pessoas importantes que nele participaram, com uma pequena descrição dos seus feitos, e ao lado as datas, com um inicio e um fim, no continuum que é a minha historia... mas não posso fazê-lo, pois não sei as datas, e não posso saber hoje se o mais importante dessa historia já foi contado ou ainda está a acontecer... é como estar no meio do conto da Alice no País das Maravilhas, numa inconstância permanente, de subidas e descidas, e de comportamentos estranhos e intrigantes que não percebo, e não faço a mínima ideia de onde será o fim...

As nossas recordações somos nós, somos aquilo que elas fizeram de nós, mas há uma altura em que devemos delinear o que nos separa delas, deixá-las onde pertencem, pois sempre que as procuramos de novo, seguramos com firmeza essa força que nos trazem, e achamos que é isso que precisamos, e questionamo-nos outra vez... Sinto que chegou o momento de deixar o passado, de deixar tudo o que adoro nele e me trás confiança e vislumbres de felicidade, que por vezes me parecem não mais do que hologramas de uma recordação feliz... não mais o conforto, a saudade, o reencontro, a dependência emocional subliminar nas palavras de sustentação... o never let go e o medo da inexistência do sentimento... Posso desconhecer completamente o que é isto que sinto, mas se não cortar todas as amarras nunca o saberei... e se alguém se atravessar de novo no meu caminho, será o futuro, e o passado ficará retido nas memórias do meu livro de história... onde ficarão também os ecos ensurdecedores do passado.

The End.

J.

Retirada de http://www.lucianabveit.com/br