terça-feira, 19 de julho de 2011

"Não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito."

William Shakespeare

As vezes que eu já tentei explicar isto, das mais diversas formas, e agora surge assim, da forma mais simples possível, em poucas palavras... Nós podemos sofrer, podemos magoarmo-nos, ficar felizes, surpreendidos, decepcionados... e os sentimentos surgem sem que queiramos, mas a forma como lidamos com eles e agimos para com os outros são da nossa responsabilidades e está sob o nosso controlo.... e é por isso que "desculpa, não era isso que eu queria dizer", às vezes não chega...

J.

sábado, 16 de julho de 2011

Estive uma semana fora, longe de tudo, com algumas pessoas que gostei muito de conhecer melhor, diverti-me, relaxei e pude, durante alguns momentos, não fazer absolutamente nada... Trazia a cabeça tão cheia de tanta coisa, que às vezes precisamos MESMO daqueles momentos só para nós, sem perguntas às quais não queremos responder, sem olhares perturbadores, sem as pessoas do costume... só nós, e por isso foram umas boas férias, para redefinir objectivos, limar arestas, e focar-me no que realmente interessa.
À parte disso, fiquei a conhecer as praias algarvias, e ainda tive direito a um passeio por Évora, visitei a Capela dos Ossos (it sounds better than it looks), templo de Diana, e ainda demos um saltinho a Evoramonte para ver o castelo/forte, que estava fechado para férias (em julho??? wtf quem é que decidiu isto??)...
Mas foram as noites, sozinha, a contemplar a noite fria e ventosa, que me souberam realmente bem, uma imensidão de escuro e silêncio, entre um uivar ou outro, e o som dos meus pensamentos, e aos poucos fui dispondo as peças deste enorme quebra cabeças que é a minha, vida, sobre uma mesa grande e plana, e lentamente... tudo começava a fazer sentido..


quinta-feira, 14 de julho de 2011

Ruminações psicológicas...

"Os acontecimentos tinham ampliado a sua inteligência naturalmente estreita. A imensa ironia das coisas tinha passado na sua alma e a tornara fácil, sorridente e leve." France, Anatole


Há inumeras coisas na vida que nos fazem questionar, um bom filme, um bom livro, um pensamento, uma citação... e damos por nós a por toda a nossa vida em retrospectiva, o que fizemos nós de relevante? quantas vezes colocámos as necessidades dos outros à frente das nossas, quantas vezes não o fizemos? o que é que conta para o que quer que seja, quem nos importa? Será que fizemos as escolhas certas? porque é que as coisas tinham de ser assim? porque é que isto me aconteceu logo a mim? Lutamos porquê? e ganhamos? e quando ganhamos o que perdemos?
...Costumava considerar-me uma espécie de justiceira, sempre em busca da justiça pelos oprimidos enquanto libertava a minha angustia e as minhas frustrações, de forma geralmente fria e objectiva, ou verbalmente agressiva... Deparei-me com um mar de injustiças, e quedei-me, com um balde de brincar na mão... a imaginar como esvasiar aquele mar... e depois digamos que salvei, metaforicamente claro, uma pessoa desse mar, e senti-me rejuvenescer, e fui salvando uma e outra que lá surgiam à deriva... Percebi que o nosso valor não nasce geralmente das grandes coisas, mas das pequenas, e que é nessas que começa o caminho... Os acontecimentos, grande parte deles, estão fora do nosso controlo, as circunstancias que moldam e envolvem os momentos, são o cenário com o qual temos de saber lidar, seja qual for o desfecho da cena, podemos chorar tudo e queixarmo-nos quanto quisermos... mas o filme não pára de correr, e aí está a ironia da vida, que nos leva por vezes a desfechos inimagináveis, uns bons, outros maus...
Saboreio agora o prazer de tudo com um paladar minucioso e preciso, desde as mais pequenas grainhas, aos maiores nacos, desde os primeiros pingos de chuva de Setembro e o cheiro a terra molhada, aos ultimos raios de sol quentes de verao, adoro cada livro que começo e a sensaçção de quando o acabo, adoro o principio e o fim de tudo, adoro o outro lado fresco da almofada, adoro a cama quente no inverno, adoro beber chá enquanto leio o jornal e ninguém sabe que eu estou ali, adoro quando chego a um sitio novo e vejo algo diferente, adoro o cheiro a torradas e o cheiro do banho, adoro vestir o primeiro pijama no inverno, adoro a sensação da roupa quente, gosto dos sorrisos verdadeiros, gosto de um olhar apaixonado, gosto que me façam sentir única, gosto de fazer quem gosto sorrir, gosto do ar de surpresa nas pessoas, gosto de tanta coisa que me faz sorrir sozinha... que me dá aquele quentinho na barriga, e quando a minha vida parece presa por um fio de lã podre, fecho os olhos... seguro-me e começo por imaginar a chuva e vou por aí fora, visitando todas as recordações de que tanto gosto, e fico a aguardar, apertadinha o que está para vir... porque adoro surpresas...


Um hino às coisas boas da vida, para que encontrem as vossas pérolas, e as revivam sempre que o dia vos parecer cinzento... porque as lembranças são eternas, pelo menos todas as que temos, as que desaparecem deixam de ser lembranças...



terça-feira, 12 de julho de 2011

Dias cinzentos...

Andava a pensar sobre o que escrever... se sobre o facto de finalmente estar de férias, pelo menos da universidade, se nas minhas aventuras burocráticas que me têm matado a cabeça, se da minha mudança e as intermináveis caixas em que me vi perdida... Mas nada disto me parece ter grande interesse, e mais uma vez, apenas quando somos atingidos por sentimentos bem fortes, nos fluem as palavras, que borbulham nos nossos pensamentos desejosas por se fazerem ouvir...
Eu tenho-me sentido nos ultimos dias cansada, submersa por uma apatia agradável, desprovida de sentimentos muito bons ou muito maus, marinados num humor sarcástico que me é característico e que andava meio perdido... Sentia-me bem com isso, conseguia divertir-me, saborear os momentos com os amigos e as tardes sozinha a arrumar tralha, recordar bons momentos... estava num estado quase zen! Mas em todos os caminhos há solavancos e também este tem... hoje li algo que me entristeceu bastante, agora que me sentia em paz com as pessoas e comigo, tinha de vir mais um encontrão, daqueles que não trazem aviso e que nos tiram o tapete... deixa-me triste pensar que o que faço nunca é compreendido e que ainda é mal entendido por aqueles que me deveriam conhecer... Mas eu estou bem com a minha consiencia e com quem sou, como não estava à muito tempo, e quem decidir julgar-me injustamente que o faça, pois se o fizeram toda a vida, não virá nada de novo ao mundo...

Deixo-vos com os meus desabafos, e com a certeza que melhores dias virão, mais solarengos e felizes, e eu estarei aqui para descrever a beleza desses sentimentos...

J.