Decisões.

As decisões são difíceis de tomar, são sempre difíceis, se o não fossem, não passariam dias e dias a moer-nos a cabeça, num ciclo vicioso de possibilidades, consequências e contemplações... a angústia não desapareceu, não logo pelo menos, mas houve uma acalmia nesta minha inquietação. Não sei se é bom ou mau, mas é diferente da inconstância em que estava e que não me deixava descansar. As escolhas são difíceis, mas quando nos sentimos mal numa determinada situação e só vemos uma saída, não faz sentido tomá-la? Estaremos cegos por não contemplarmos mais nenhuma, ou será porque esta é a certa? Quem decide isso? Se é certo ou errado?... Os sentimentos são pra mim um enigma, parecem-me tão claros nas outras pessoas, tão instintivos, e em mim surgem em forma de nevoeiro, e minha visão fica enublada, não consigo ver dois palmos à frente do nariz, e fico ali a pensar em  que direcção devo seguir...  se calhar é verdade que os evitei durante anos, era mais fácil assim, as coisas corriam melhor quando eles não apareciam do nada para me turvar o caminho... eu fiz o que achava que estava certo, farto-me de dizer às outras pessoas que mais do que isso não lhes pode ser pedido, então porque é que tenho tanta dificuldade em aceitar isso em mim? Em ser compreensiva comigo e aceitar que talvez não houvesse realmente mais nada que pudesse fazer?... Talvez porque o facto de sentir que errei, deixa uma marca muito mais profunda do que aquilo que consigo aceitar, ou pelo menos, demora mais a sarar do que gostaria... Tudo passa, talvez amanhã o dia pareça mais claro outra vez..

J.

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