terça-feira, 26 de abril de 2016

Podíamos ter sido tudo o que quiséssemos.

Sim, acreditava que podíamos ser tudo. Acreditava que as pequenas coisinhas que nos melindravam iriam tornar-se cada vez mais pequeninas, minúsculas mesmo, tão insignificantes quem nem seriam possíveis de ver quando as colocávamos ao nosso lado enquanto estávamos juntos... Crescíamos tanto que o mundo à nossa volta parecia tão pequeno para nos agarrar. Um no outro, encontrávamos razão de ser e, pelo menos em mim, havia sempre uma certa serenidade e prazer em olhar-te, de todas as vezes. Aos poucos, encontrava-te diferente, procurava o teu olhar deliciosamente apaixonado, mas não mo querias dar, tomava-te uma qualquer revolta que não entendia, mas que esperava pacientemente que se fosse para longe, para te encontrar outra vez. Mas esses momentos foram-se tornando mais duros, e menos fugazes, foram deixando rasto, que me amarrava às vezes... dava por mim a justificar algo que me parecia elementar a mim, algo que no fundo conhecias mas que agora rejeitavas... e eu tentava perceber a tua insegurança, saudade, revolta... mas eu queria-te sempre, sempre bem comigo e procurava os teus olhos, mas às vezes não queriam os meus, ou queriam demais, e não podia eu ver outros olhos, outros horizontes... foste-me perdendo nestes olhares desencontrados, fui-me perdendo de ti. E depois quebrou-se o que ainda nos unia, o que nos mantinha ligados, mesmo com a distância, mesmo com essas coisas insignificantes que se iam pondo no caminho. Sei que pensas que fui dura demais, que podia ter sido mais compreensiva, mas eu fui, eu percebi tudo o que aconteceu. Algo dentro de mim cedeu, desmoronou-se, como um puzzle 3D de 5000 peças que simplesmente não tens forças para voltar a pegar... Fomos o Mundo um do outro
, e ainda sorrio com o vislumbre do que fizemos juntos, da película deliciosa de memórias que ninguém nos tira... do role de emoções que me fizeste sentir com todos os poros. Não trocava o nosso filme por nenhum outro, mesmo que não me agrade o fim, a vida é o que tem de ser...


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J.