quarta-feira, 1 de agosto de 2012

As Pessoas.

As pessoas têm-me surpreendido bastante... nem sempre pela positiva claro, às vezes nem pela negativa, apenas fazem algo diferente e inesperado... às vezes acho que não percebo nada de pessoas, que não as compreendo de todo e que não sou como elas - outras vezes, acho-as profundamente previsíveis, aborrecidas e repetitivas, e algumas... simplesmente desinteressantes. Há ainda aquelas que são surpreendentemente voláteis, ou apenas capazes de coisas nas quais ainda não nos tínhamos demorado a pensar. Passamos anos a achar que conhecemos alguém, no entanto, não precisamos de ir muito longe para ouvir uma opinião dessa pessoa completamente oposta àquilo que sempre acreditámos... a questão é,: haverá, efectivamente, uma versão correcta dos factos? não será a pessoa um conjunto de tudo isso? do bom e do terrível? Mas e se aceitarmos isto como verdade, estamos dispostos a aceitá-lo de facto? Que o nosso amigo, diante de nós, é a pessoa boa, e a terrível de uma mesma história?? 
O problema é que os contos de fadas sempre nos distinguiram claramente o bom e o mau da fita, sempre fizeram um óptimo papel a colocar-nos do lado do herói e contra o abominável inimigo. Mas e quando os dois habitam no mesmo ser, por qual torcemos?? A razão porque temos amigos, é porque conseguimos ver sempre a prevalência do bem, sobre o mal... mas por vezes, mesmo essa visão é posta em perspectiva.... quando nos sentimos de alguma forma traídos, enganados ou ludibriados por alguém em quem confiamos... mas em ultima instância, esses conceitos não passam disso, de conceitos... a traição e o engano dependem dos olhos de quem vê, das interpretações de quem sente, e das intenções que tantas vezes ficam por dizer... então chego por vezes à conclusão, que esse caminho a nada me leva, a realidade é uma ilusão presa no foco dos nossos olhos, que nos mostra o que queremos ver, e por vezes os nossos ouvidos indicam outra direcção.. enquanto o coração, esse trai-nos há menor hesitação, disparando desafogadamente no momento mais indesejado...
Desiludem-me as pessoas, desilude-me a falta de coragem e de sinceridade, a fácil entrega a caminhos encantados, a mentira branca na ponta da língua, que não sei se é pra eles se para mim... desilude-me também a minha compassividade com tudo isto, as minhas falhas perante o que eu própria defendo, mas quando isso acontece, volto atrás e começo de novo... Cansam-me as pessoas enquanto me surpreendem... ora com incongruências, ora com desafiantes afirmações, que lá ressaltam no meio de uma torrente de gente, que corre para o seu fim, sem saber para onde vai. 

Às vezes, juro que penso mesmo que não sei nada de pessoas, porque nunca são aquilo que esperamos delas... nunca.

J.

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